domingo, 17 de maio de 2009

BeetleJuice e tio Chico Adams


Depois dos jornais, trabalhei no departamento de arte de uma das mais importantes empresas de produtos para festa, referencia no setor na america latina, a Festcolor.

Lá, aprendi a trabalhar com vacuum forming, placas de plastico moldadas para fazer mascaras de carnaval e artigos para festas, jogos, estojos, enfim... um mundo de plastico.

Pra quem adorava histórias em quadrinhos, trabalhar com quem detinha os direitos de comercialização da Marvel e DC era o paraiso na terra. Fora os filmes, como Star Wars, que perdi de ver a mascara original do Darth Vader por questão de dias, que veio passear no Brasil para se fazer os moldes... ela não esperou que eu babasse nela, quando entrei na Fest ela já tinha feito o caminho de volta... mas deixou paineis incriveis que decoravam a sala do diretor.

Uma pena, porem pude passar o nanquim em Batman, Dracula e Jurassyc Park, fora Piratas do Caribe, que com uma visão fabulosa de mercado, a Fest adquiriu os direitos uma decada antes de se fazer o filme.
Vindo solto de ilustrações de jornal, onde não existem limites para suas criações, na Festcolor era a profissionalização. Lá descobri que nada é aleatorio, a Barbie não pode ser desenhada de qualquer jeito, tem esquemas, cores e fundos próprios. E tudo tinha que ser aprovado nos States, hoje deve ser bem mais facil...
E mais uma vez, por tras do nanquim estavam:
"Seu" Oscar, o grande diretor, que mesmo sem saber me ensinou que mercado se conquista com atenção a detalhes, dedicação e muito amor pelo trabalho.
João, diretor comercial que detinha o dom para reconhecer o que iria ser sucesso.
Carlinhos, Diretor de Arte, carrega um talento que apesar dos vários lugares que passei depois, não fui apresentado a ninguem tão bom.
E Joel; modelista, escultor e artista com rompantes de genialidade que se tornavam diarias. Parecia que para essa equipe, não existia projetos impossiveis, apenas mais demorados.

Optei por deixar a Festcolor em troca de um convite para direção de arte em uma publicidade, segui o caminho, apesar de não esquecer das guerras de massinha de modelar, do paint-ball e da nuvem branca que cobriu a fabrica quando se fez um ignorante teste para uma bomba de fumaça...

Em tempo, porque acho que realmente não fui muito claro nas desculpas balbuciadas quando resolvi brincar com o aerografo na ilustração da Batavo que o Carlinhos estava finalizando... Desculpem por isso.

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